As imagens do rio Muriaé praticamente seco no centro de
Itaperuna têm causando grande impacto nas redes sociais, no entanto o nosso rio
Itabapoana passa por situação semelhante
A imagem que ilustra este texto foi registrada pela
internauta de Apiacá Maira da Paz Azevedo, o “trecho morto” do rio fotografado
se localiza na Ponte do Waldir, próximo do trevo de Carabuçu. Esta ponte fica a
uns treze quilômetros do centro de Bom Jesus do Itabapoana e o que se questiona
é esta discrepante diferença do nível do rio no centro e neste local
registrado.
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Rio Muriaé - Foto recebida por e-mail sem autor especificado |
Em publicação recente as agressões sofridas pelo Itabapoana
foram abordas em três áreas no percurso do rio de Rosal até a divisa do
município com Santo Eduardo no qual na região serrana o principal problema se
encontra no despejo de terra e lama no rio devido as construções das usinas de
energia, que foram três novas a partir de 1998.
No perímetro urbano o mesmo problema permanece devido aos
loteamentos irregulares que surgem com autorização da prefeitura e dos cortes
de barrancos e encosta para o crescimento desordenado urbano, some-se a este
grave fator a outro não menos grave, que é o despejo de esgoto in natura direto
no rio.
A terceira área foi dada especial atenção ao despejo de
poluentes sem tratamento no rio na região do Núcleo Industrial da Nova Bom
Jesus, porém temos outro grave problema em toda região baixa do município que não
temos na região serrana que será polemizado abaixo.
A região serrana apesar de ter sido impactado com a
construção de uma Usina Hidrelétrica e duas Pequenas Centrais Hidrelétricas,
ela conta com a maior área de Mata Atlântica existente em Bom Jesus do
Itabapoana, durante todo o trajeto entre o bairro Santa Rosa e Rosal temos
diversas reservas que estão preservadas e protegidas da depredação, há bastante
tempo que os desmatamentos diminuíram consideravelmente.
Com uma grande área de floresta preservada temos automaticamente
um número considerável de nascentes e afluentes que alimentam o leito
do Itabapoana, diferente da região baixa do município que é praticamente toda
desmatada, tendo somente algumas pequenas “ilhas” de Mata Atlântica, como a
Reserva Ecológica Jorge Assis de Oliveira, a “Floresta dos Macacos”.
Se partirmos do bairro Parque Trevo em direção a Usina Santa
Maria teremos inicialmente o riacho do Odilon Diniz logo no início do trajeto o córrego de Santa Isabel, e
o Valão de Carabuçu que se localiza depois do trevo em direção a Mutum, são os
únicos afluentes que alimentam o Itabapoana, sendo que na região serrana temos seis afluentes distribuídos em todo trajeto entre Bom Jesus e Rosal.
Outro fator que contribui com a depredação ambiental do
Itabapoana na região baixa está na captação de água das comunidades de Santa
Isabel, Nova Bom Jesus e das empresas do Núcleo Industrial que é no próprio rio
Itabapoana, diferente dos distritos da região serrana onde nenhum deles tem
captação de água direto no rio, e sim nos diversos afluentes.
Fatores que estão decretando a morte do Itabapoana são todos
identificáveis, o que se faz necessário é a sociedade, poder púbico e
produtores rurais entenderem que se faz necessário recuperar as matas ciliares
e proteger as nascentes com reflorestamento com espécies específicas. Devolver
um pouco daquilo que foi explorado por mais de um século para podermos contar
com o que resta do rio.
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