Projeto que envolve parceria entre a USP e a Universidade
Federal do Piauí gera eletricidade para irrigar lavouras
O sertão vai virar mar, como dizia Antonio Conselheiro? Nem
tanto. Mas regiões semiáridas estão se transformando em verdadeiros oásis graças
a um projeto que captura energia solar – abundante na região – para bombear
água do subsolo e irrigar plantações.
Chamado “Sol e Água no Sertão”, o projeto
é uma iniciativa do Instituto Piauí Solar, que instalou dez placas de captação
de energia solar na Comunidade Exu, em Oeiras, região do centro-sul piauiense,
para gerar a energia que move uma bomba de água.
Cerca de mil metros de canos em sistema de gotejamento
irrigam plantações de frutas e legumes, garantindo a produção de alimentos para
os habitantes da região
A energia fotovoltaica, além de limpa e
renovável, preenche carências de regiões afastadas onde a distribuição de
energia elétrica é precária ou mesmo inexistente. Segundo destaca o IPS, o
diferencial desse projeto, único no Piauí, é a utilização de um dispositivo
para acoplar os painéis fotovoltaicos a uma motobomba trifásica (todos
fabricados no país), barateando o sistema e facilitando a manutenção e troca de
equipamentos.
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PLACA SOLAR DO PROJETO DO IPS (FOTO: DIVULGAÇÃO) |
O projeto foi desenvolvido com apoio do Laboratório de Sistemas
Fotovoltaicos da Universidade de São Paulo e instituições locais (CEFAS, FUNDED
e SEMA).
A Universidade Federal do Piauí também se une a esse esforço,
desenvolvendo projetos que utilizam energias alternativas, como o de
Revitalização de Kit Solar, para captação de energia solar por meio de placas
fotovoltaicas, que convertem radiação solar em energia elétrica, alimentam
luminárias e coletam dados; o de Dimensionamento de Sistema Fotovoltaico
Conectado à Rede, que visa realizar estudos e cálculos necessários para propor
a instalação de uma pequena usina solar fotovoltaica no campus; e o de
Desenvolvimento de Modelos de Bateria, utilizado para simulações de sistemas
fotovoltaicos isolados.
Com grande incidência solar praticamente o ano
inteiro, o Piauí ainda não aproveita todo esse potencial, na opinião do
professor Marcos Lira, do curso de engenharia elétrica da UFPI. Para ele, é
necessária uma interação entre governo, empresas e universidades para desenvolver
projetos de energias renováveis.
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