terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Relatos acerca das cercanias do Rio Itabapoana

Os insetos “sem-teto” 

Ultimamente temos presenciado uma comunidade de “sem teto” que anda tentando estabelecer a moradia de seus membros nas margens do combalido Rio Itabapoana no lado capixaba de nosso rio. Trata-se de uma colônia de insetos, que aparenta muito com cupins, e á algumas semanas tenho observado a nuvem de insetos que fica estacionada na margem capixaba do Rio Itabapoana, e também próximo da “Ilha Caeté” na margem da rodovia RJ 230 que liga Bom Jesus a Rosal. Esse fenômeno que se estabelece em nosso cotidiano é fruto do desmatamento das matas ciliares tão escassas em nosso enfraquecido Rio Itabapoana, essa nuvem que aparentemente não nos apresenta nenhuma ameaça “la Richtcock” é apenas um diagnóstico preciso de que nosso meio ambiente já vestiu a camisa de força de tão desequilibrado.


Invasão de domicílio ambiental

Esse buraco é uma toca de algum animal silvestre e pelas características da toca e do local, presume-se que seria de um “tatu galinha”, e essa toca fica próximo à faixa de areia de nossa praia, a “Piuminha”. Por conta da freqüência descontrolada de banhistas nesse local, as agressões ambientais são inevitáveis pela falta de consciência ecológica de algumas pessoas que lá freqüentam, sim porque observei que muitas pessoas que lá freqüentam tem a preocupação em recolher o lixo que eles produzem, já outra parcela considerável não tem essa preocupação e detonam com aquilo que lhes proporciona lazer e alivia nosso calor “senegalês”.


 

O lixão flutuante e sorrateiro

Sem que a maioria das pessoas percebam, está surgindo um inusitado “lixão flutuante” bem no centro de Bom Jesus do Itabapoana, próximo dos fundos das lojas que ficam em frente a rodoviária. Esse lixão flutuante que se forma sorrateiramente e no centro da cidade, é fruto da extração clandestina de bambu daquele local. Isso mesmo meus amigos, estão extraindo bambus dali para vende-los aos produtores de tomates que compram estacas de bambus em larga escala para preparar as plantações. E os bambus inservíveis para o “grande negócio” são descartados ali mesmo dentro do rio, e que está se formando uma espécie de contenção do lixo que é despejado no rio diariamente e esse lixo vai se acumulando no meio dos bambus. A coisa está tão avançada que já temos nesse lixão flutuante a presença frequente de urubus a caça (ou pesca) de suas iguarias descartadas por nós. Trata-se de dupla agressão ambiental em nosso agonizante rio, o bambu na margem do rio tem seu papel a ser cumprido dentro de nosso falido eco-sistema, e o descarte deste retém o nosso lixo comprometendo o meio ambiente nosso também.



O despejo indecente

Tem ficado cada vez mais absurda a língua negra formada pelo esgoto sanitário despejado no Rio Itabapoana no centro da cidade próximo a CEDAE, flagrando a necessidade urgente de se elaborar um amplo projeto de reestruturação de nosso sistema de captação de esgoto sanitário que está completamente obsoleto e deteriorado, nosso subsolo está como um autentico “queijo suíço” com a “dolce” rotina de canos estourados seja de galerias ou de coleta de esgoto, sempre temos algum cano estourado em nosso cotidiano.


O novo ponto do despejo indecente



Já faz alguns anos, a CEDAE ou a prefeitura fez uma intervenção no sistema de esgoto e nas galerias fluviais na esquina das ruas Tenente José Teixeira e 15 de Novembro, a herança dessa intervenção, é que depois de concluída passamos a ter mais um ponto de despejo de esgoto “in natura” em nosso claudicante rio, além de substância aparentemente oleosa que está se acumulando de forma destacada na corrida pela depredação do combalido Rio Itabapoana. Essa saída de galeria somente escoava a água das chuvas, agora além da água da chuva houve um incremento com o despejo de esgoto sanitário que já incomoda os lojistas próximos à ponte, além dessa substancia oleosa que se acumula por ali. 



Rebaixamento de classificação a vista!

No quesito assoreamento, o Rio do Itabapoana tem avançado em um ritmo alucinante no processo de assoreamento que vem se desenvolvendo desde 1998 com a construção da UHE de Rosal, e na sequência na construção de duas PCH’s (Calheiros e PIpetinga) sem contar com a brutal intervenção ambiental na construção da rodovia RJ 230. Foram toneladas e mais toneladas de terras despejadas irregularmente direto no Rio Itabapoana na realiação de todas essas obras, que não tiveram a fiscalização necessária do poder público por serem todas elas obras providas pelo poder público. Outro fato que ganha destaque nessa matéria é a ausência quase que total das “matas ciliares” de nosso rio, que na ausência delas a erosão na margem do rio se torna garantida e inevitável contribuindo com o despejo natural de terra dentro do rio. Com esse quadro é inevitável que o outrora majestoso e imponente Rio Itabapoana será drasticamente rebaixado a condição pífia de “Córrego do Itabapoana”. 
É possível da ponte que divide as duas Bom Jesus vermos o fundo do rio em diversos pontos, algo inimaginável em tempos atroz, além da língua negra de esgoto que despejamos, temos em companhia desta uma língua alaranjada, que retrata a aproximação do fundo do rio com a lâmina do rio.

Os incorrigíveis

A pergunta que fica no ar é a seguinte: o que fazer com os feirantes? O poder público cumpriu com sua parte disponibilizando lixeiras e fixando placas educativas. Depois disso ainda teve o trabalho desenvolvido por profissionais da secretaria de agricultura junto com a associação dos feirantes para por em prática todos os objetivos visados na reformulação de nossa feira livre. Mas o descarte de lixo no rio continuou fora do controle e sem perspectivas de que um dia as pessoas tomem ciência de que jogando lixo no rio estes destroem sua própria fonte de vida. Por questões de mobilidade e melhor acomodação dos feirantes e consumidores eu já defendia que essa feira deveria ser realocada em outro ponto da cidade, como por exemplo no calçadão ocioso atrás do depósito do “Braga Móveis”, e depois de ver que o lixo continua sendo jogado no rio, não tenho dúvidas que a melhor medida a ser tomada seria retirar a feira da beira-rio para outro local, longe de rio de preferência.

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