Itens descartáveis já são lavados quando
chegam em cooperativas.
Confira dicas sobre como separar os resíduos para reciclagem.
Quem tem o hábito de lavar o lixo doméstico
antes de destiná-lo à reciclagem está gastando água com algo desnecessário,
explicam especialistas ouvidos pelo G1. Lavar itens como caixas de leite longa
vida, potes de iogurte, garrafas PET ou de vidro para retirar restos de
alimentos não ajuda no processo de reciclagem e gera mais esgoto – que muitas
vezes não é coletado e tratado.
Esses materiais de qualquer forma serão
novamente lavados quando chegarem às cooperativas, onde ocorre o processo de
separação do papel, plástico, vidro e metal, que, posteriormente, serão
destinados às indústrias de reciclagem.
“Em qualquer processo de reciclagem, o
resíduo será submetido a um processo de higienização. Não há necessidade de uma
lavagem aprofundada do material”, explica Carlos Silva Filho,
diretor-presidente da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e
Resíduos Especiais (Abrelpe).
A melhor maneira de preservar o lixo
reciclável dentro de casa de maneira higiênica (sem uso de água), até que passe
o caminhão para recolher, é guardá-lo em recipientes fechados, que evitam o
surgimento de moscas e a emissão de odores, explica Emilio Maciel Eigenheer,
especialista em resíduos sólidos.
Brasil, um país de lixões
Apesar de a lavagem de material reciclado ser um desperdício de água, quando se trata do tratamento de resíduos sólidos, esse problema ambiental ainda é pequeno em comparação com a existência de quase 3 mil lixões. O país ainda recicla apenas 1,4% das 189 mil toneladas de lixo que gera por dia. Segundo o governo federal, dos 5.564 municípios brasileiros, somente 766 fazem coleta seletiva.
Apesar de a lavagem de material reciclado ser um desperdício de água, quando se trata do tratamento de resíduos sólidos, esse problema ambiental ainda é pequeno em comparação com a existência de quase 3 mil lixões. O país ainda recicla apenas 1,4% das 189 mil toneladas de lixo que gera por dia. Segundo o governo federal, dos 5.564 municípios brasileiros, somente 766 fazem coleta seletiva.
Apesar de a reciclagem no país ser um mercado
bilionário – em 2012 a coleta, a triagem e o processamento de materiais em
indústrias geraram faturamento de R$ 10 bilhões – o Brasil perde R$ 8 bilhões
ao ano ao enterrar, em aterros e lixões, materiais que poderiam ser reciclados.
Os dados são do Cempre (Compromisso
Empresarial para Reciclagem), associação dedicada à promoção da gestão
integrada do lixo.
Mas esses números podem mudar com a implantação da nova
Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída em 2010 e que tem previsão
para entrar em vigor a partir de agosto deste ano.
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente,
os instrumentos da PNRS (que eliminam de vez todos os lixões e obriga as
prefeituras a instalar aterros sanitários) ajudarão a alcançar o índice de 20%
na reciclagem de resíduos já em 2015.
Para Silva Filho, mesmo a lei entrando em
vigor ainda vai faltar ao governo investir na educação da população para o tema
da reciclagem.
Segundo uma pesquisa feita pela Abrelpe com 2 mil pessoas, 88%
dos entrevistados se disseram favoráveis e propensos em ajudar o meio ambiente
por meio da separação de resíduos. Porém, todos alegaram que não receberam
orientação de como fazê-la.
“Falta orientação para esclarecer dúvidas
básicas, como se eu preciso lavar o pote de margarina ou se posso jogar o
papelão que veio a pizza, mesmo com gordura, para a reciclagem. Isso acaba
prejudicando o sistema de coleta seletiva.
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