Na semana passada os vereadores rejeitaram em sua maioria
absoluta o projeto do governo que propunha a criação da secretaria municipal de
meio ambiente, é a segunda tentativa do executivo em criar esta pasta
fundamental para o futuro do município com o legislativo rejeitando por duas
vezes.
E em ambas as situações os projetos enviados pelo executivo
de fato deveriam ser rejeitados pela plenária, porém não pelo motivo alegado pelos
vereadores, que de maneira reativa nas duas ocasiões o projeto foi reprovado
com a alegação que se o governo não tem condições de conceder o reajuste
salarial.
Ficaria incoerente aprovar um projeto que em tese irá onerar ainda
mais a folha de pagamento, eles falam categoricamente em acréscimo de despesas com
a criação da secretaria de meio ambiente.
O ponto constatado nos projetos enviados pelo governo tanto
em 2013 como este de 2014 que justifica a reprovação da plenária está contido
nas muitas brechas que o projeto oferta para nomeações políticas sem critério
técnico em uma secretaria que tem que ser projetada com indicações única e
exclusivamente técnicas.
Diferente do que alega alguns vereadores, a criação da
secretaria municipal de meio ambiente não incidirá no aumento de despesas com
esta nova pasta, o que de fato irá ocorrer será o substancial incremento na arrecadação
com o ICMS Ecológico e com os projetos que o município poderá estabelecer com a
união através da secretaria específica.
Atualmente o município contando somente com um departamento de
meio ambiente arrecada mensalmente uma média de R$ 20.000,00 de ICMS Ecológico.
Com uma secretaria estruturada e pondo em prática os muitos programas
ambientais existentes no estado a arrecadação poderá ultrapassar os R4
500.000,00 mensais, o que elevaria o percentual de pagamento da folha proporcionando
margem suficiente para conceder o merecido reajuste para todos os servidores.
Com a secretaria de meio ambiente constituída a
coleta de lixo passaria a ser responsabilidade dela com a implantação da coleta
de lixo comunitária do material seco descartado, ainda podemos garantir que com
esta secretaria estabelecida e assumindo a coleta de lixo as possibilidades de
estabelecer convênios com a FUNASA para adquirir quantos caminhões
compactadores de lixo forem necessários para o município, tudo isso ao custo
irrisório da contrapartida de 10% do valor do bem conveniado.
Ocorre que para uma secretaria de meio ambiente funcionar
como deve ser, a iniciativa da criação da mesma tem que partir do poder
legislativo com a proposta da criação de um conselho municipal de meio ambiente
formado por membros técnicos do IFF, EMATER, CAVIL e demais instituições
associativas do setor do desenvolvimento agrário. A participação da sociedade organizada
do setor agrícola tem conotação direta com a pauta ambiental do município.
Existem diversas
maneiras de se criar uma secretaria de meio ambiente se garantindo que a mesma
não será mais uma opção do vasto cabide político que se transformou nossa
prefeitura, o tema é de uma importância suprema diante da brutal crise
ambiental que vivemos e o poder legislativo não pode mais se esquivar da
responsabilidade de se estabelecer um profundo debate ambiental em Bom Jesus do
Itabapoana.
Nenhum comentário:
Postar um comentário