Ultimamente temos presenciado uma comunidade de “sem teto”
que anda tentando estabelecer a moradia de seus membros nas margens do combalido
Rio Itabapoana no lado capixaba de nosso rio. Trata-se de uma colônia de
insetos, que aparenta muito com cupins, e á algumas semanas tenho observado a
nuvem de insetos que fica estacionada na margem capixaba do Rio Itabapoana, e
também próximo da “Ilha Caeté” na margem da rodovia RJ 230 que liga Bom Jesus a
Rosal. Esse fenômeno que se estabelece em nosso cotidiano é fruto do
desmatamento das matas ciliares tão escassas em nosso enfraquecido Rio
Itabapoana, essa nuvem que aparentemente não nos apresenta nenhuma ameaça “la Richtcock”
é apenas um diagnóstico preciso de que nosso meio ambiente já vestiu a camisa
de força de tão desequilibrado.
Invasão de domicílio ambiental
Esse buraco é uma toca de algum animal silvestre e pelas características
da toca e do local, presume-se que seria de um “tatu galinha”, e essa toca fica
próximo à faixa de areia de nossa praia, a “Piuminha”. Por conta da freqüência descontrolada
de banhistas nesse local, as agressões ambientais são inevitáveis pela falta de
consciência ecológica de algumas pessoas que lá freqüentam, sim porque observei
que muitas pessoas que lá freqüentam tem a preocupação em recolher o lixo que
eles produzem, já outra parcela considerável não tem essa preocupação e detonam
com aquilo que lhes proporciona lazer e alivia nosso calor “senegalês”.
O lixão flutuante e sorrateiro
Sem que a maioria das pessoas percebam, está surgindo um
inusitado “lixão flutuante” bem no centro de Bom Jesus do Itabapoana, próximo
dos fundos das lojas que ficam em frente a rodoviária. Esse lixão flutuante que
se forma sorrateiramente e no centro da cidade, é fruto da extração clandestina
de bambu daquele local. Isso mesmo meus amigos, estão extraindo bambus dali
para vende-los aos produtores de tomates que compram estacas de bambus em larga
escala para preparar as plantações. E os bambus inservíveis para o “grande negócio”
são descartados ali mesmo dentro do rio, e que está se formando uma espécie de
contenção do lixo que é despejado no rio diariamente e esse lixo vai se
acumulando no meio dos bambus. A coisa está tão avançada que já temos nesse
lixão flutuante a presença frequente de urubus a caça (ou pesca) de suas
iguarias descartadas por nós. Trata-se de dupla agressão ambiental em nosso
agonizante rio, o bambu na margem do rio tem seu papel a ser cumprido dentro de
nosso falido eco-sistema, e o descarte deste retém o nosso lixo comprometendo o
meio ambiente nosso também.
O despejo indecente
Tem ficado cada vez mais absurda a língua negra formada pelo
esgoto sanitário despejado no Rio Itabapoana no centro da cidade próximo a
CEDAE, flagrando a necessidade urgente de se elaborar um amplo projeto de reestruturação
de nosso sistema de captação de esgoto sanitário que está completamente
obsoleto e deteriorado, nosso subsolo está como um autentico “queijo suíço” com
a “dolce” rotina de canos estourados seja de galerias ou de coleta de esgoto,
sempre temos algum cano estourado em nosso cotidiano.
O novo ponto do despejo indecente
Já faz alguns anos, a CEDAE ou a prefeitura fez uma
intervenção no sistema de esgoto e nas galerias fluviais na esquina das ruas
Tenente José Teixeira e 15 de Novembro, a herança dessa intervenção, é que
depois de concluída passamos a ter mais um ponto de despejo de esgoto “in
natura” em nosso claudicante rio, além de substância aparentemente oleosa que
está se acumulando de forma destacada na corrida pela depredação do combalido
Rio Itabapoana. Essa saída de galeria somente escoava a água das chuvas, agora
além da água da chuva houve um incremento com o despejo de esgoto sanitário que
já incomoda os lojistas próximos à ponte, além dessa substancia oleosa que se
acumula por ali.
Rebaixamento
de classificação a vista!
No quesito assoreamento, o Rio do Itabapoana tem avançado em
um ritmo alucinante no processo de assoreamento que vem se desenvolvendo desde
1998 com a construção da UHE de Rosal, e na sequência na construção de duas PCH’s
(Calheiros e PIpetinga) sem contar com a brutal intervenção ambiental na
construção da rodovia RJ 230. Foram toneladas e mais toneladas de terras
despejadas irregularmente direto no Rio Itabapoana na realiação de todas essas
obras, que não tiveram a fiscalização necessária do poder público por serem
todas elas obras providas pelo poder público. Outro fato que ganha destaque
nessa matéria é a ausência quase que total das “matas ciliares” de nosso rio,
que na ausência delas a erosão na margem do rio se torna garantida e inevitável
contribuindo com o despejo natural de terra dentro do rio. Com esse quadro é
inevitável que o outrora majestoso e imponente Rio Itabapoana será drasticamente
rebaixado a condição pífia de “Córrego do Itabapoana”.
É possível da ponte que divide as duas Bom Jesus vermos o fundo do rio em diversos pontos, algo inimaginável em tempos atroz, além da língua negra de esgoto que despejamos, temos em companhia desta uma língua alaranjada, que retrata a aproximação do fundo do rio com a lâmina do rio.
É possível da ponte que divide as duas Bom Jesus vermos o fundo do rio em diversos pontos, algo inimaginável em tempos atroz, além da língua negra de esgoto que despejamos, temos em companhia desta uma língua alaranjada, que retrata a aproximação do fundo do rio com a lâmina do rio.
Os incorrigíveis
A pergunta que fica no ar é a seguinte: o que fazer com os
feirantes? O poder público cumpriu com sua parte disponibilizando lixeiras e
fixando placas educativas. Depois disso ainda teve o trabalho desenvolvido por
profissionais da secretaria de agricultura junto com a associação dos feirantes
para por em prática todos os objetivos visados na reformulação de nossa feira
livre. Mas o descarte de lixo no rio continuou fora do controle e sem
perspectivas de que um dia as pessoas tomem ciência de que jogando lixo no rio
estes destroem sua própria fonte de vida. Por questões de mobilidade e melhor
acomodação dos feirantes e consumidores eu já defendia que essa feira deveria ser
realocada em outro ponto da cidade, como por exemplo no calçadão ocioso atrás
do depósito do “Braga Móveis”, e depois de ver que o lixo continua sendo jogado
no rio, não tenho dúvidas que a melhor medida a ser tomada seria retirar a
feira da beira-rio para outro local, longe de rio de preferência.
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